Moradores dos bairros vivem nova rotina em meio à pandemia

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Leonir Serpa Andradade, 50 anos, é morador do Bairro Salgado Filho. Ele está sem serviço desde 20 de março, após o restaurante onde fazia faxina fechar

Ainda que o decreto municipal que determinou que o comércio continue fechado ganhasse maior repercussão na área central _ tendo inclusive, um buzinaço em frente à sede do Executivo municipal na última sexta-feira _, longe do Centro também se vê lojas e pontos comerciais de portas trancadas. Por outro lado, uma certa movimentação de pessoas pelas ruas de diferentes bairros é perceptível.

Estado decreta fechamento do comércio em todos os municípios e libera só atividades essenciais

Alguns moradores ainda se arriscam permanecem em frente às suas casas. Rodas de chimarrão e crianças brincando em grupos são quase inevitáveis, segundo o relato de vários deles, que, mesmo assim, afirmam saber da necessidade do isolamento. A exceção fica para farmácias e supermercados que restringem o número de entrada e saída do público. O cenário é parecido da Cohab Fernando Ferrari, Região Leste de Santa Maria, ao Bairro Tancredo Neves, Região Oeste. Em comum, o assunto mais comentado é a preocupação de que o coronavírus afete a saúde das famílias. A diferença é que cada um se protege como pode e dentro das suas condições.

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style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)
Preocupação maior é com a saúde da família. Na casa de Andrade, vivem 12 pessoas

Na casa de Leonir Serpa Andrade, 50 anos, álcool gel "é artigo de luxo", conforme ele mesmo menciona. No imóvel, vivem 12 pessoas e a higienização das mãos é feita com água e sabão. Morador da Vila Nossa Senhora do Trabalho, no Bairro Salgado Filho, na Região Norte, ele conta que está sem serviço desde o dia 20 de março. Andrade trabalha como pedreiro, mas a última ocupação foi de faxineiro de um restaurante que teve de fechar por conta da pandemia. O receio maior é com a esposa. Além de ser a principal fonte de renda da família, ela trabalha em um lar de que abriga idosos.

_ Lá no asilo dão todo material para minha mulher trabalhar como máscara e luva, mas ela e os vovôs correm um risco grande. Já esse meu guri anda solto por aí e nunca pegou uma gripe. O problema é que com esse vírus todos corremos o risco, né. Porque se espalhou em todo lugar do mundo e está chegando aqui - conclui Andrade, após se referir ao filho Álisson, de 10 anos. O menino também entendeu o porquê de não jogar futebol no campo do Guarani Atlântico: 

_ A gente ia lá, mas a polícia viu muita aglomeração e nos tocou. É para não "pegar" coronovírus. conscientização.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Em meio à pandemia, ainda há circulação de pessoas pelas ruas mais distantes da área centralVoltando do Centro para casa na Vila do Carmo, no Bairro Perpétuo Socorro, a pensionista Rosangela Mileski, 50 anos, e o filho Nathan Mileski, 12, caminhavam usando máscara e com um tubo de álcool em punho. Para ela, a conscientização coletiva ainda está distante de ser a ideal.

_ Veja só: essas máscaras foram feitas por um vizinho que, preocupado com a transmissão do coronavírus, saiu distribuindo. Mas, ainda tem muita gente saindo pela rua sem precisar. Eu saí de casa porque precisei muito ir ao banco, mas o pessoal parece que não se tocou da gravidade aqui pelo bairro _ avaliou.

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Residentes da Vila do Carmo, Rosangela  e o filho Nathan só saíram de casa por necessidade. Elas andam com álcool gel e usam máscaras confeccionadas e doadas por um vizinho

Conforme informado pela prefeitura, na última semana, as orientações de prevenção contra o coronavírus por meio de rondas da Guarda Municipal são extensivas a diferentes regiões da cidade. Em relação ao casos confirmados de Covid-19, o município não informou em quais bairros residem cada um dos infectados.